Desde que está vivendo a baiana Ivonete em "Caras & Bocas", mal toca o despertador e Suzana Pires já dá um "pulo" para fora da cama. O prazer em trabalhar no folhetim se deu por alguns problemas que a atriz passou em sua vida pessoal, e foi justamente nesse trabalho que Suzana conseguiu esquecer a tristeza. "Tive uma grande perda na família há pouco tempo e foi esse trabalho que me ajudou. Me mantive bem por causa da Ivonete", justifica ela, que quando fez os testes para tentar uma vaga na novela, não esperava que seu núcleo fosse ter tanta repercussão. "Acabou dando certo pela química do elenco. Nos divertimos muito durante as gravações, e sem dúvida isso é percebido pelo público", acredita.
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A atriz Suzana Pires, que vive a divertida Ivonete em "Caras & Bocas"
Ivonete faz parte do núcleo cômico do folhetim de Walcyr Carrasco. A personagem mantém uma relação misteriosa com o irmão Adenor (Otaviano Costa), de quem seu marido Fabiano (Fábio Lago) desconfia tanto, que chega a persegui-los. Isso usando fantasias bem inusitadas que vão de um cachorro-quente gigante até uma freira. "Esse mistério só deve ser revelado em dezembro. Não sei nem se eles são irmãos, pois a relação entre os dois me parece tão esquisita, que já cheguei a cogitar que são amantes", palpita.
Para encarnar a baiana, a atriz tem treinado muito o sotaque nordestino. Tanto que causa estranheza nos fãs quando se declara carioca. "Sou cobrada constantemente pelo público por não ser baiana. Isso só pode ser um bom sinal. Sinal de que estou convencendo", gaba-se ela, que, para chegar a esse resultado, passa em média três horas por dia estudando. "Acho que atuar não é só vocação. É necessário muito estudo. A Ivonete é o meu maior personagem na tevê e estou aproveitando para mostrar o que posso fazer", confessa, aplicada.
Além do estudo, a atriz procura músicas para encarnar seus papéis. No caso de Ivonete, Suzana procurou nos seus CDs o que havia de mais baiano, e a partir daí selecionou três cantores: Caetano Veloso, Ivete Sangalo e a banda Psirico. Ultimamente, a terceira opção é a preferida na hora de passar o texto. Ao som de "Ela É Toda Boa", Suzana consegue realmente encarnar Ivonete. "Acho que eles unem as três características principais da personagem: Caetano ressalta a leveza do baiano, Ivete, a energia, e Psirico, a sensualidade", explica.
Ivonete é o papel de maior destaque da atriz na tevê. Mas ela já coleciona muitas participações especiais em humorísticos da Globo. Mesmo sendo selecionada constantemente para papéis de comédia, a atriz não se considera uma humorista. "Sou uma atriz que pode fazer de tudo. É claro que me sinto muito à vontade fazendo humor, mas não é exatamente uma preferência. No teatro já fiz alguns dramalhões. Espero poder mostrar isso na tevê também", torce ela, que iniciou sua carreira no teatro para se sentir mais segura antes de tentar a tevê. "Nunca tive gosto pela fama nem procurei me tornar uma celebridade. Realmente gosto de atuar. Ir para a tevê foi consequência de um trabalho árduo nos palcos", desabafa.
E o gosto pelos palcos é tamanho, que Suzana atualmente divide seu tempo entre as gravações do folhetim e a direção da peça "C.L.A.M. - Curso Livre Para Aprendiz de Marginal". "Adorei o trabalho na direção, mas digamos que isso é só um "hobby". Meu gosto é por atuar e é isso que pretendo continuar fazendo", reforça.
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