Henri Castelli deixa galãs para exercitar veia cômica em "Caras e Bocas"

| domingo, 26 de abril de 2009

Um galã desconstruído. É essa a proposta de Henri Castelli na pele do Vicente de "Caras e Bocas". Acostumado a papéis de sedutores, o ator está exercitando uma faceta oposta. Isso porque seu personagem, um advogado sério, respeitado e bem-sucedido, mostra-se totalmente atrapalhado quando se aproxima de Dafne, personagem de Flávia Alessandra, por quem é perdidamente apaixonado.

HENRI CASTELLI FALA SOBRE O VICENTE DE "CARAS E BOCAS"

  • Luiza Dantas / Carta Z Notícias
"Ele não é um idiota. Só se enrola quando o assunto é romance, porque a timidez atrapalha e ele só se mete em enrascada", defende o ator, que tem a primeira oportunidade, em 12 anos de carreira, de fazer comédia em uma novela. "É melhor vir para o Projac dar risada do que chorar. E o Jorge Fernando é perfeito para direcionar esse tipo de trabalho", aponta, referindo-se ao diretor da trama.

Apesar de atuar em um gênero considerado difícil, Henri não se ateve a maiores preparações. "Tenho alguns amigos que me inspiram", resume, sem citar nomes. Até porque, a exemplo do personagem, o ator confessa que é tímido, até na hora da conquista. "Não vou em cima das mulheres, Deixo que elas venham", brinca. Mas ele conta que, em outro ponto, diferencia-se bastante de Vicente. O advogado tem pavor de qualquer bicho - o que fica evidente durante suas cenas de safári na África do Sul. Já Henri, nos 12 dias em que esteve por lá gravando a novela, sentiu-se em casa. Afinal, o paulista de 31 anos foi criado entre leões, elefantes e demais animais selvagens, já que um de seus tios é dono de um circo. "Adorei o tema da novela. Em breve, serei o melhor amigo do Xico", diverte-se, citando o chimpanzé que apronta todas na história.

Sem fazer novelas desde 2006, quando viveu o vilão Estevão em "Cobras & Lagartos", Henri confessa que estava com saudade dos sets de gravação. "Pedi para ficar fora do ar um tempo, já que meu filho nasceu e fui morar fora do Brasil. Fui para lá ajudar a criá-lo. Mas já estava precisando voltar", pondera. Nesse meio tempo, o ator limitou-se a fazer participações em seriados como "Faça Sua História" e "Casos e Acasos", onde também exercitou seu veia cômica.

Tantas chances na tevê chegam a surpreender o ator quando ele recorda que, na infância e até boa parte da adolescência, só pensava em ser jogador de futebol. Seu sonho era atuar em seu time de coração, o São Paulo. Tanto que as aulas de teatro no colégio eram vistas apenas como "hobby". Mas, aos 17 anos, ele resolveu dar uma reviravolta, morar no Rio de Janeiro e investir na carreira de ator. Foi quando ele fez vários cursos de interpretação.

Sua estreia na tevê não demorou. Após uma participação em "Corpo Dourado", de 1997, ele integrou o elenco da minissérie "Hilda Furacão", em 1998, e logo em seguida atuou em sua primeira novela, "Pecado Capital", no mesmo ano. Depois, Henri esteve em "Esplendor" e "Um Anjo Caiu do Céu", até ir na contramão de muitos atores e, já com algumas novelas no currículo, viver o protagonista da temporada de 2002 de "Malhação". "O melhor é poder variar, não se repetir em papéis", avalia.

Com longo contrato com a Globo, Henri tem conciliado as gravações da novela com a peça "Vidas Divididas", de Maria Adelaide Amaral, com direção de Marcos Paulo. Coincidência ou não, nos palcos ele também interpreta um texto cômico, ao lado da atriz - e namorada - Fernanda Vasconcellos. "Hoje em dia a gente chora por qualquer coisa. Fazer rir é muito mais difícil", acredita.

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