Quando "Caras e Bocas" estrear, em 13 de abril, Flávia Alessandra voltará, pela terceira vez, ao posto de protagonista de um folhetim. Mesmo com a experiência prévia com mocinhas - a primeira em "Porto dos Milagres" e a segunda, em "O Beijo do Vampiro" -, a atriz se apressa em dizer que a próxima personagem não é nada parecida com as anteriores. "A Dafne é cheia de personalidade. Acho que esse é o maior diferencial: ela não é uma mocinha molenga, que leva desaforo para casa", analisa.
FLÁVIA ALESSANDRA FALA SOBRE SUA PRÓXIMA PROTAGONISTA
Um dos motivos do "malabarismo" cotidiano é o fato de Dafne ser mãe solteira. Na adolescência, ela cai de amores por Gabriel, um jovem artista talentoso - e pobre - vivido por Malvino Salvador. Para gravar as cenas, os dois atores passaram por uma caracterização e voltaram ao clima de 1993, ano em que teriam dezessete anos, época em que se passa a primeira fase da história escrita por Walcyr Carrasco. A atriz de 33 anos conta como foi o processo:"O figurino ajudou muito. Os tênis, as mochilas da época... eu vi de novo aquele celular tijolão, com a bateria grande. São coisas que vão remetendo à época e você vai entrando em um túnel do tempo", afirma a atriz, que diz que a presença de Jorge Fernando como diretor também é parte fundamental da construção, impedindo que as cenas da dupla na juventude caíssem no ridículo. "O Jorginho foi levando isso, de maneira muito bem dosada, para não ficar aquela coisa ridícula, "tatibitati"", explica.
O namoro entre Dafne e Gabriel, porém, não dura muito. Tudo porque Jacques, avô da jovem e homem riquíssimo, dono da Conti, uma empresa de extração de diamantes, desconfia das reais intenções do namorado da neta. Interpretado por Ary Fontoura, ele dá um "jeitinho" de separar o casal antes de Gabriel saber que a amada está grávida dele. A desilusão de se imaginar abandonada transforma a jovem em uma mulher, dona de uma galeria de artes e fechada para o amor. "O lema dela é coração fechado, nunca mais se envolver. E a Dafne tem um gênio muito forte, não quer ceder", argumenta.
Anos depois, percebendo o comportamento recluso da neta, Jacques começa a se arrepender de sua atitude e tenta, de todas as maneiras, mudar a decisão de Dafne. O empresário, no entanto, acaba morrendo antes de cumprir seu intento - e a morte do avô não abala Dafne apenas pela perda do ente querido. "A vida dela muda totalmente. Ela vai deixar de receber uma série de apoios que tinha quando ele era vivo e vai começando a 'cair na real', até que fica entre a cruz e a caldeirinha", adianta.
A atriz refere-se à imposição feita pelo empresário em seu testamento: como uma tentativa derradeira de se redimir diante da vida amorosa solitária de Dafne, o milionário deixa expressa sua exigência de que a pessoa que assumir o controle da empresa tem de ser casada. "E ela vai viver esse dilema:
não sabe se obedece ao mandamento principal dela, que é de não amar mais, ou se cede e se casa para voltar a ter esse sustento financeiro", revela.
E os problemas não acabam por aí: como toda protagonista que se preza, Dafne será "azucrinada" por uma vilã que fará de tudo para derrubá-la. Na pele de Deborah Evelyn, a malvada Judith faz parte da diretoria da empresa e, depois da morte de Jacques, assume interinamente o controle dos negócios. "Ela interfere em tudo na vida da Dafne, que vai começar a se ver acuada", conta Flávia. Feliz da vida no poder, Judith não vai gostar nem um pouco das tentativas de reaproximação entre a mocinha e Gabriel - já que o reencontro entre os dois pode levar a um matrimônio que vai tirá-la da confortável posição de "mandachuva". "Ou seja, não é só financeiramente que ela vai prejudicar a rival. O Walcyr está fazendo tudo muito bem amarradinho, porque a Judith vai querer cortar todos os caminhos da Dafne", valoriza.
Uol
0 comentários:
Postar um comentário